| Carlos Cruz |



Carlos Cruz - Nos Dias Pares às Vezes Caruso Canta - 136 págs.

M. Tocava Danúbio Azul no piano da escola, e nos contava histórias apavorantes ocorridas em casa iguais àquelas: de muro de pedra e cerca viva de guaco. Histórias que ele havia presenciado pessoalmente com seu cabelo à Príncipe Danilo empastado de gomalina, seu terno azul desbotado, sem gravata e com seu guarda-chuva negro. Seus sapatos não eram como os telefones ou automóveis negros, eram como um lápis que se usava na escola: bicolor. Ao abrir ao acaso um livro na biblioteca da escola poder-se-ia, com facilidade irritante, encontrar qualquer uma daquelas histórias que M. contava; isso nos impressionava sobremaneira.